CRÉDITOS DE CARBONO: UM MERCADO PROMISSOR
Os créditos de carbono representam um papel importante no processo de transição para a economia de baixo carbono. Tratam-se de ferramenta eficaz para empresas e organizações na busca por reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e alcançar metas de sustentabilidade.
Tais créditos podem ser definidos como unidades representativas de redução, compensação ou, até mesmo, remoção de emissões de gases de efeito estufa. São emitidos quando a organização reduz suas emissões, ultrapassando as metas anteriormente estabelecidas por regulamentações ou acordos internacionais. Esses créditos podem ser comprados e utilizados por outras organizações para compensar suas próprias emissões, gerando equilíbrio em suas pegadas climáticas.
Os créditos de carbono são gerados por projetos de redução ou remoção de emissões de GEE, conhecidos por projetos de carbono. Esses projetos incluem iniciativas relacionadas à energia renovável, eficiência energética, reflorestamento, agricultura sustentável, captura e armazenamento de carbono, além de outros métodos efetivos nas reduções de emissões de GEE. Uma vez implementados, esses projetos geram reduções verificadas de emissões, que são convertidas em créditos de carbono assim que sua efetividade é atestada.
Uma vez convertidos, os créditos podem ser comercializados em mercado regulado ou em mercado voluntário. No mercado regulado, há sistemas como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto e o Esquema de Comércio de Emissões da União Europeia (EU ETS). No mercado voluntário, empresas e indivíduos podem comprar créditos de carbono para compensar suas emissões e utilizar seus resultados como ações da instituição em prol da desaceleração da mudança climática.
Os créditos são calculados com base nas reduções de emissões alcançadas pelos projetos de carbono e cada unidade do crédito representa a redução de uma tonelada de CO equivalente emitido.
Os créditos de carbono têm ganhado significativa relevância. Em 2020, o mercado voluntário movimentou mais de US$ 320 milhões em transações. Em 2021, este valor alcançou a margem de US$ 1 bilhão, esperando-se que alcance o patamar de até US$ 50 bilhões no ano de 2030.
Para além do impacto financeiro, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o uso de créditos de carbono pode ajudar a reduzir as emissões globais de CO2 em até 10% até 2030, contribuindo significativamente para a mitigação das mudanças climáticas e aproximação das metas globais recentemente definidas.
Ainda, é importante ressaltar que aqueles que adquirem créditos de carbono possuem relevantes vantagens, tais quais:
- A) Imagem e reputação: Demonstração do compromisso da empresa com a sustentabilidade e a redução de emissões de GEE, gerando reputação positiva e possibilidade de alcançar linhas de crédito exclusivas;
- B) Cumprimento de Regulamentações: Possibilidade de cumprimento de metas acerca das regulamentações que limitam as emissões de GEE para empresas de maneira econômica e preventiva;
- C) Oportunidade de negócios: Empresas que investem em projetos de carbono podem abrir novas fontes de receita e ainda fomentar a participação de parceiros no projeto, gerando imagem de referência e oportunidades de captação de clientes;
- D) Acesso a mercados internacionais: Possibilidade de oportunidade de negócios em escala global, obtendo crescimento exponencial e maior competitividade quanto aos concorrentes;
- E) Resiliência climática: Mitigação de riscos relacionados a eventos extremos e regulamentações mais rigorosa.
Não obstante, os créditos de carbono também podem gerar benefícios sociais e econômicos nas comunidades nas quais são implementados. Projetos de energia renovável, por exemplo, podem criar empregos locais e estimular o desenvolvimento sustentável. Ao adquirir essa modalidade de crédito, portanto, as empresas também podem contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e ambientalmente responsável, alinhando as metas climáticas a outros objetivos ESG.
Assim, por meio do mercado de créditos de carbono, as empresas podem compensar suas emissões, acelerar a transição para economia de baixo carbono e obter benefícios sociais e econômicos adicionais. Ao adotar abordagem abrangente e integrada de sustentabilidade, as organizações estarão posicionadas para enfrentar os desafios climáticos, atender às demandas dos consumidores e investidores e construir um futuro mais sustentável para todos.