PIB menos promissor no mundo e melhor no Brasil, apesar da inflação e juros

11 de outubro de 2021 - Por: Gabrielle Tesser Gugel,

PIB menos promissor no mundo e melhor no Brasil, apesar da inflação e juros

Volatilidade e incerteza minam expectativas e atrapalham os negócios, financeiros ou não. O mundo entra em nova fase neste segundo semestre. Menos assustadora que a do auge da pandemia, mas menos brilhante. No primeiro semestre, a recuperação das economias exibia maior vigor. Para o FGV IBRE, o Brasil está em melhor situação. “Mantemos nossa projeção de crescimento do PIB para este ano, de 5,2%, e para o segundo trimestre, de 0,1% em relação ao primeiro, alterando marginalmente a composição setorial”, diz Silvia Matos para quem o avanço da vacinação e o aumento da mobilidade devem favorecer o setor de serviços, o mais prejudicado pela pandemia.

Apesar das perspectivas mais favoráveis para o Brasil, a economista da FGV chama atenção para a inflação elevada – distante das metas fixadas pelo CMN para este ano e para o próximo – e para o fato de o Banco Central ter acelerado a alta da Selic, na tentativa de conter as expectativas inflacionárias para os próximos anos. “Também por aqui, portanto, temos um cenário de desaceleração de crescimento que será comprometido pela inflação mais alta e pelo fim dos estímulos monetários. Mesmo com a recuperação esperada dos serviços, mantemos a previsão de crescimento de 1,6% para o PIB em 2022”, diz Silvia Matos que considera desafiadora a consolidação fiscal no médio prazo, graças ao aumento dos riscos fiscais e das incertezas políticas – condições que pressionam os juros longos e desencorajam os investimentos. Isso, sem contar com mais incertezas contratadas pela crise hídrica.

Fonte: Exame